Como os surtos são diferentes entre si (com sintomas, intensidade ou duração variáveis), nem sempre são fáceis de detetar. Perante uma situação de dúvida é essencial manter o contacto com a equipa de saúde que acompanha o seu caso e esclarecer todas as questões.
Para saber se se trata de um surto é necessário confirmar alguns critérios:
• Sintomas com duração superior a 24 horas;
• Se os sintomas ocorreram, pelo menos, 30 dias após o surto anterior;
• Se a pessoa não tem febre ou uma infeção subjacente;
• Se não existe outra razão para o aparecimento dos sintomas de EM, como por exemplo, efeitos secundários a um tratamento.
Lembre-se: o seu neurologista ou enfermeiro de EM são as pessoas indicadas para o ajudar a saber se está num período de surto ou não.
Uma vez que os surtos são diferentes entre si, as estratégias de tratamento poderão variar. Na presença de sintomas, fale sempre com o seu neurologista ou enfermeiro de EM, especialmente se forem graves ou piorarem com o tempo.
No caso de sentir apenas sintomas ligeiros, poderá não ser necessário fazer um tratamento específico para o surto. No entanto, sendo necessário, existem dois principais tipos de tratamento:
• Medicamentos sintomáticos: podem ajudar a reduzir o impacto dos sintomas (como os corticosteroides), mas não abrandam nem previnem a progressão da EM.
• Tratamentos modificadores da doença (TMD): abrandam ou impedem as lesões causadas pela EM. Deste modo, abrandam também a progressão da incapacidade e reduzem o número de surtos.
Saiba mais sobre o tratamento da EM.
Manter um diário da doença é uma estratégia muito utilizada para recuperar o controlo e ajudar a ter uma perspetiva global sobre a gestão da doença. Além disso, é uma ferramenta muito útil para que a equipa de saúde possa analisar o caso com maior pormenor.
O que registar? Só depende de si! Poderá conter um registo apenas dos surtos, com os seus sintomas, intensidade e duração. Poderá ainda levar o registo mais longe com notas que acompanham o dia a dia com a doença, incluindo o tratamento, exercício físico, alimentação e estado psicológico.
1. National Multiple Sclerosis Society. Managing Relapses. https://www.nationalmssociety.org/Treating-MS/Managing-Relapses