A Síndrome Clinicamente Isolada (SCI) é frequentemente experienciada por pessoas que mais tarde desenvolvem EM. No entanto, nem todas as pessoas que têm uma SCI virão a ter EM. Para além disso, é possível desenvolver EM sem primeiro experienciar uma SCI.
Perante uma primeira manifestação de sintomas sem registo de lesões antigas, o diagnóstico de EM não pode ainda ser estabelecido. São necessárias evidências de pelo menos duas lesões em zonas diferentes do SNC, separadas no tempo. Por isso, é possível que a SCI não evolua para EM.
Perante uma possível SCI, a equipa de saúde irá verificar se existem lesões no SNC compatíveis com EM que expliquem os sintomas. De seguida, com base nos resultados, irá tentar avaliar qual o risco de esta primeira manifestação evoluir para EM:
• Elevado risco: quando a ressonância magnética revela lesões compatíveis com EM a pessoa tem 60 a 80% de probabilidade de vir a ter EM. Nestes casos é fundamental estar atento aos sintomas e iniciar estratégias de tratamento ou de modificação do estilo de vida para prevenir o aparecimento da doença.
• Baixo risco: quando a ressonância magnética não revela lesões cerebrais, a pessoa tem apenas cerca de 20% de probabilidade de vir a desenvolver EM.
Segundo os critérios de diagnóstico de EM mais recentes (revistos em 2017), o diagnóstico de EM pode ser feito quando uma SCI é acompanhada de lesões antigas ou cicatrizes detetadas por ressonância magnética, o que confirma um episódio anterior de dano noutra zona do SNC. A presença de bandas oligoclonais no líquido cefalorraquidiano pode ainda ajudar a fazer o diagnóstico.
Uma vez confirmado o diagnóstico de EM, a equipa de saúde irá tentar identificar qual o tipo de EM (ou seja, qual o tipo de fase ou percurso esperado da doença). Mas como é feita essa avaliação?
Sobretudo observando dois aspetos:
• Como se manifestam os sintomas – se parecem surgir em surtos, desaparecendo após algum tempo (EM Surto-Remissão) ou se parecem progredir ao longo do tempo (EM Primária Progressiva).
• O resultado da ressonância magnética – o neurologista tentará olhar para as lesões para perceber como surgiram ou como se comportaram ao longo do tempo.
Nos casos em que a doença progride de forma lenta pode ser difícil identificar qual o tipo presente. No entanto, e com o passar do tempo, o tipo ou percurso da doença torna-se mais evidente.
1. NHS. Diagnosis – Multiple Sclerosis. https://www.nhs.uk/conditions/multiple-sclerosis/diagnosis/
2. National Multiple Sclerosis Society. Diagnosing MS. https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/Diagnosing-MS
3. WebMD. Multiple Sclerosis (MS) Diagnosis & Tests. https://www.webmd.com/multiple-sclerosis/multiple-sclerosis-diagnosing#1
4. National Multiple Sclerosis Society. Possible MS. https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/Possible-MS
5. National Multiple Sclerosis Society. Clinically Isolated Syndrome (CIS). https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/Clinically-Isolated-Syndrome-(CIS)