Uma das principais formas de combater a fadiga é começar por identificar o que pode estar a provocá-la. É certo que na EM a fadiga é mais comum, sem que percebamos exatamente qual a origem deste problema específico. Ainda assim, e observando a rotina poderá ser possível encontrar estratégias para controlar o seu impacto. O primeiro passo será sempre falar com o neurologista ou enfermeiro de EM que poderá ajudar a perceber se é necessário parar ou iniciar alguma tarefa do dia a dia, ajustar o exercício físico ou as horas de trabalho.
O que fazer para gerir melhor a fadiga?
• Mantenha um diário deste sintoma: pode ajudar a perceber padrões, ou seja, em que momentos do dia ou após que atividades surge mais fadiga;
• Avalie o seu nível de energia: organize as suas tarefas por prioridades para conseguir fazer o que é mais importante quando sente menos fadiga;
• Identifique o que pode intensificar a fadiga: saber o que pode aumentar este sintoma ajuda a organizar o dia a dia de forma a geri-lo melhor;
• Não deixe o descanso para depois: é importante garantir que tem momentos no dia planeados para parar e recuperar energias;
• Não tente fazer tudo sozinho: saber pedir ajuda e delegar pode ser uma forma de garantir que todas as tarefas são feitas sem aumentar o seu cansaço;
• Descubra como ser mais eficiente: evitar passos desnecessários ou tarefas acessórias pode ser uma forma de se focar no mais importante e evitar perdas de energia. Um exemplo: quando se senta para trabalhar garanta que tem tudo o que pode precisar ao seu redor para evitar ter de se levantar diversas vezes;
• Mantenha uma alimentação equilibrada: a fadiga pode ser um sinal de que não está a consumir todos os nutrientes necessários;
• Evite o sedentarismo: fazer exercício regular pode ajudar a diminuir a ansiedade, bem como aumentar o nível de energia;
• Experimente técnicas de relaxamento e outras formas de reduzir o stress: podem ajudá-lo a evitar que o stress consuma alguma da sua energia extra;
• Ajuste a sua casa e o seu local de trabalho às suas necessidades: manter o seu espaço funcional pode ajudar a reduzir a fadiga;
• Mantenha uma boa higiene do sono: tente manter uma rotina consistente antes de se deitar para o ajudar a “preparar” para o sono e considere estratégias para reduzir o impacto dos sintomas da EM no sono.
A dor na EM
A dor é um sintoma “invisível” frequente e pode mesmo ser um dos mais difíceis de gerir na EM. Cada pessoa experiência a dor de forma diferente: há pessoas que descrevem uma dor de esmagamento, uma dor fria ou uma dor quente, ardente, e há ainda quem descreva um aperto no peito, por vezes designado por “abraço da EM”.
A dor pode surgir devido às lesões provocadas pela doença no sistema nervoso central (SNC), também chamada de dor neuropática, ou ainda devido às alterações que a EM desencadeia no organismo associadas à mobilidade, também chamada de dor músculo-esquelética. Ambos os tipos de dor podem ser temporários ou persistir ao longo do tempo e é necessário identificar qual o tipo presente para escolher a melhor estratégia de tratamento.
Sofrer de dor pode ser uma experiência desgastante e emotiva que, juntamente com a ansiedade e receio associados à EM, podem ter um grande impacto na saúde emocional. Por isso, não há razão para deixar este sintoma passar despercebido! Saiba o que pode fazer para gerir e reduzir o impacto da dor no dia a dia.
Antes de mais, é necessário que a dor seja analisada por profissionais de saúde. Dependendo do tipo de dor e da sua intensidade, o neurologista poderá recomendar várias estratégias.
Sabe como descrever a sua dor?
Cada pessoa tem uma experiência diferente da dor. Por esta razão, nem sempre é fácil de perceber qual o tipo de dor presente. Para ajudar o seu neurologista nesta tarefa procure as palavras certas para descrever o que sente: aperto ou esmagamento? dor fria ou quente ao estilo de queimadura? dor fina como se fosse uma agulha? ou como um choque elétrico?
Poderá ainda ajudar o seu médico nesta análise ao explicar como a dor o afeta: é apenas um incómodo ou impede-o de fazer determinadas atividades ou tarefas? Todas as informações são importantes para ter uma imagem clara sobre o impacto da dor na sua vida.
O que fazer para gerir melhor a dor?
A sua equipa de saúde poderá sugerir-lhe algumas das seguintes estratégias:
• Tratamento medicamentoso: dependendo do tipo de dor, pode necessitar de tratamento com medicamentos, como analgésicos, antidepressivos ou relaxantes musculares.
• Tratamento não-medicamentoso: : reabilitação, terapia ocupacional, exercício físico direcionado, massagens e técnicas de relaxamento são algumas das possibilidades que o podem ajudar a gerir melhor a dor no dia a dia.
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4. National Multiple Sclerosis Society. Pain and itching. https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/MS-Symptoms/Pain
5. MS Society. Pain. https://www.mssociety.org.uk/about-ms/signs-and-symptoms/pain