A EM está sempre ativa?

A EM está sempre ativa?

A evolução da EM não é linear e, por isso, podem surgir dúvidas sobre como saber se a doença está a progredir ou sobre que danos estará a causar no cérebro. O que acontece no cérebro nos períodos de remissão? E durante os surtos

A atividade da EM pode, muitas vezes, ser visualizada num exame de ressonância magnética. Quando nesse exame se verifica que a doença está a causar danos no cérebro diz-se que a esclerose múltipla está ativa. Por outro lado, se não se visualizarem danos no exame de ressonância magnética e se não existirem quaisquer sintomas pode-se dizer que a EM não está ativa.

Nem sempre é possível determinar as consequências da atividade da EM porque podem existir danos que se acumulam ao longo do tempo e que só mais tarde se traduzem em sintomas. Além disso, em diferentes momentos ao longo do tempo, a EMSR pode ser caracterizada por ativa - quando existem surtos e/ou evidência de nova atividade na ressonância magnética – ou inativa. 

Pode não ser tão simples como inicialmente pensava, mas o conhecimento de alguns factos irá decerto ajudar a que compreenda melhor se a esclerose múltipla está ativa.

Quem vive com EM pode sentir-se bem sem que isso signifique que a doença não esteja a causar danos no SNC ou que não esteja ativa. Algumas lesões no SNC estão diretamente relacionadas com os sintomas, mas podem existir lesões que não se traduzem em sintomas visíveis e que, por esse motivo, são chamadas de lesões silenciosas. Apenas um exame de ressonância magnética pode detetar lesões silenciosas no SNC.

A atividade e progressão da EM devem ser avaliadas com regularidade, por exame neurológico e RM. Caracterizar o curso da doença em diferentes momentos ajuda o médico a equacionar as opções de tratamento mais eficazes e a discutir com o doente os resultados esperados.

É importante que conheça alguns dados provenientes de estudos científicos:
•    Os danos nos neurónios causados pela EM podem começar antes dos primeiros sintomas;

•    Os resultados dos exames de RM demonstram que o nível de inflamação que causa danos na EM é mais elevado em pessoas que registam muitos surtos;

•    Mesmo as pessoas que registam apenas um surto no início podem continuar a evoluir e a sofrer um aumento da atrofia cerebral.

Utilizando vias alternativas, o cérebro consegue, por vezes, reparar ou compensar os danos iniciais causados pela EM, o que pode explicar que pode sentir-se relativamente bem, mesmo enquanto a EM continua a causar danos no cérebro.

Quando os danos no SNC se tornam mais extensos, o cérebro deixa de conseguir reparar ou compensar o dano. Poderá, por isso, começar a notar alterações ao nível da função física, emocional e mental numa fase mais tardia e avançada da doença.