Evolução da Esclerose Múltipla

Evolução da EM

A evolução da Esclerose Múltipla varia de pessoa para pessoa, de acordo com o tipo de EM. Algumas pessoas diagnosticadas com EM irão continuar a viver com sintomas ligeiros após o diagnóstico, enquanto outras poderão sentir uma rápida progressão da doença. A EM tem diferentes manifestações e as pessoas podem passar por todas ou apenas por algumas.

Para pessoas que são inicialmente diagnosticados com Esclerose Múltipla Primária Progressiva, o caminho mais expectável é que haja uma progressão da EM, com o aumento da incapacidade, ao longo do tempo. Não se esqueça que difere de pessoa para pessoa! Uns podem sentir maior progressão da incapacidade, enquanto outros se sentem estáveis durante mais tempo. É importante ter um bom acompanhamento, com a sua equipa de saúde, pois pode sentir-se bem e, ainda assim, a EM estar ativa.

Por outro lado, as pessoas que são inicialmente diagnosticadas com Esclerose Múltipla Surto-Remissão podem, mais tarde, vir a ter EM que seja mais compatível com Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP). Se antigamente esta progressão ocorria em cerca de 90% dos casos no espaço de 25 anos, hoje, e graças a novas opções terapêuticas, o mesmo já não se verifica. A EMSP caracteriza-se por uma menor incidência de surtos (ainda que possam acontecer) e uma progressão da EM mais acentuada, com declínio nas funções ao longo do tempo. Ainda assim, uma pessoa com EMSP pode também ter períodos de estabilidade em que se sente bem e sem atividade da EM.

As possibilidades quanto à evolução da EM são muitas e variadas. O importante é estar atento aos sintomas e à forma como vive o seu dia-a-dia, sempre mantendo o acompanhamento da sua equipa de saúde.

Aproveite para compreender melhor alguns aspetos relacionados com a evolução da Esclerose Múltipla.

•    As pessoas que iniciam tratamento para a EM após três anos do início dos sintomas têm maior probabilidade de agravamento da incapacidade (dificuldade em andar) mais cedo, por comparação com os que iniciaram tratamento no prazo de um ano;

•    Com o tempo, os danos no cérebro podem acumular-se e dar origem a sintomas que podem conduzir ao agravamento da incapacidade;

•    Sem tratamento, as pessoas com EMSR têm um maior risco de evoluírem para EMSP.

No início da doença, o cérebro pode encontrar formas de compensar parcialmente as células nervosas danificadas (neurónios). Desta forma, é possível repor a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo.

O cérebro também tenta lidar com a perda de células nervosas reparando a mielina, um processo que se denomina por remielinização. Estes mecanismos de reparação podem mascarar os sintomas, o que faz com que algumas pessoas possam ficar sem diagnóstico e sem tratamento nas fases iniciais da doença. 

À medida que envelhecemos, o cérebro encolhe gradualmente. Este processo denomina-se por atrofia cerebral ou perda de volume cerebral. Decorre normalmente do envelhecimento e nas pessoas com EM ocorre de forma mais rápida.  

Embora o corpo tente reparar o revestimento de mielina protetor dos neurónios danificado na EM, este processo de reparação está longe de ser perfeito. E, à medida que o tempo passa, começa a ser insuficiente para evitar mais danos nos neurónios. As áreas com danos tornam-se mais extensas e o resultado da acumulação de danos pode resultar em atrofia cerebral.
 
À medida que a EM evolui, partes do SNC podem começar a ficar definitivamente bloqueadas. Nesta fase a incapacidade pode piorar ao longo do tempo, com ou sem surtos, e a situação evolui para uma EM Secundária-Progressiva (EMSP).