Antes de mais, para que possa ser feito algo em relação a um caso de disfunção erétil, é preciso que esteja disposto a falar sobre o assunto. Lembre-se: este é um problema também comum nos homens que não têm EM e há várias abordagens possíveis ao problema. Por isso, não deixe este assunto para depois. Procurar ajuda pode ser importante para que o assunto não seja um peso para a sua saúde emocional, para a sua relação com a família e para o seu bem-estar.
Se falar sobre o problema é difícil para si, comece por falar com alguém de confiança, com quem se sente confortável. Se, por outro lado, se sente mais confortável com o anonimato, procure uma linha de apoio anónima ou um profissional de saúde que o possa ajudar.
Ainda que possa ser complicado dialogar com um parceiro, pode ser importante não só para lhe dar forças para iniciar um tratamento, bem como para lhe garantir que a origem do problema não está na relação. A probabilidade de um problema do foro sexual se resolver com sucesso é maior quando o parceiro está envolvido.
Dicas que o podem ajudar a falar com um profissional de saúde
• Procure pensar nas palavras que melhor expressam as suas preocupações antes da conversa. Se não sabe que termos utilizar, pode sempre optar pelos termos biológicos e anatómicos que são a terminologia utilizada pelos próprios profissionais de saúde;
• Se falar é mesmo difícil para si, porque não escreve uma lista com as várias preocupações que tem relacionadas com a EM, incluindo o problema de disfunção eréctil, entregando-o no momento da consulta;
• Se tem sintomas relacionados com a bexiga ou com os intestinos, falar sobre esses problemas pode ser um ponto de partida para introduzir o tema da disfunção sexual. Afinal, estes sintomas estão muitas vezes relacionados com a disfunção sexual.
Dependendo da origem do problema podem-lhe ser sugeridas várias abordagens. Se a disfunção erétil surge como consequência das lesões provocadas pela EM é importante que tenha aconselhamento sobre como pode manter ou melhorar a estimulação sexual. Além disso, estão disponíveis estratégias que envolvem:
• Medicamentos de toma oral;
• Medicamentos injetáveis ou de administração local;
• Dispositivos prostéticos.
Se, por outro lado, a disfunção erétil surge como uma consequência de outros sintomas da EM ou de medicamentos que toma, é preciso:
• Avaliar se a disfunção erétil pode ser um efeito secundário de um medicamento e quais são as alternativas disponíveis;
• Encontrar estratégias para gerir os sintomas, reduzindo o seu impacto na saúde sexual.
Se a disfunção erétil não está relacionada diretamente com a doença, mas com sensações pessoais por ela despertada – como a falta de confiança – ou está relacionada com hábitos e comportamentos é preciso:
• Procurar aconselhamento e mais informação para lidar com os problemas;
• Identificar quais os hábitos ou comportamentos a modificar.
1. Multiple Sclerosis Trust. Erectile dysfunction. https://www.mstrust.org.uk/a-z/erectile-dysfunction
2. Multiple Sclerosis Trust. Sexual problems for men with MS. https://www.mstrust.org.uk/a-z/sexual-problems-men-ms
3. Multiple Sclerosis Trust. Talking about sexual problems. https://www.mstrust.org.uk/a-z/talking-about-sexual-problems
4. National Multiple Sclerosis Society. Sexual problems. https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/MS-Symptoms/Sexual-Dysfunction
5. National Multiple Sclerosis Society. Sexual Dysfuntion Problems. https://www.nationalmssociety.org/For-Professionals/Clinical-Care/Managing-MS/Symptom-Management/Sexual-Dysfunction-Problems
6. National Multiple Sclerosis Society. Intimacy and Sexuality in MS. https://www.nationalmssociety.org/NationalMSSociety/media/MSNationalFiles/Brochures/12-3-40_brochure_Intimacy.pdf
7. Kessler et al., Sexual Dysfunction in Multiple Sclerosis. Expert Rev Neurother. 2009 Mar;9(3):341-50.