Reserva cerebral na EM

A Esclerose Múltipla pode afetar o seu cérebro aumentado a velocidade da atrofia cerebral, impactando a qualidade de vida. No entanto, o cérebro tem um sistema inteligente que o ajuda a lidar com o dano causado.

Como funciona a reserva cerebral?

Muitas pessoas acreditavam que o cérebro parava de mudar e evoluir no início da idade adulta, mas sabemos, agora, que não é bem assim.

O nosso cérebro continua a mudar e a reorganizar-se à medida que envelhecemos, criando novas conexões e fortalecendo outras. Por este motivo, o cérebro é muitas vezes descrito como sendo flexível ou, nos termos científicos, neuroplástico.

Estimule o cérebro
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Prof. Bart van Wijmeersch

Prof. Bart van Wijmeersch

Discute o impacto da reserva neurológica

Graças à sua plasticidade neuronal e ao facto de não o usarmos constantemente na sua totalidade, o cérebro possui um mecanismo de reserva. Se algo correr mal numa parte do cérebro, pode ser possível utilizar outras partes do cérebro para controlar o problema. Este mecanismo de reforço é conhecido por “reserva neurológica”. Ou seja, quanto maior a reserva do cérebro, mais saudável será. Este mecanismo é constituído por dois componentes: a reserva cerebral e a reserva cognitiva. Ambas são importantes para a saúde cerebral.

Não é possível controlar o tamanho do nosso cérebro, pois este é determinado pela nossa genética.

À medida que vamos envelhecendo, o nosso cérebro vai diminuindo de tamanho a um ritmo muito lento. Por outras palavras, todos sofremos atrofia cerebral.

Mas, a EM também pode provocar danos no cérebro, o que pode fazer com que a atrofia cerebral tenha uma progressão mais acelerada. Se o tamanho do cérebro diminui, a reserva cerebral também diminui.

Quando a reserva cerebral se esgota

A EM pode provocar danos, como as lesões, que podem provocar perda de tecido cerebral mais rapidamente do que o habitual.

À medida que ocorrem danos no cérebro, são recrutadas novas zonas cerebrais para desempenhar as funções das zonas afetadas. Isto consome a reserva neurológica e faz com que o cérebro possa não ser capaz de desempenhar todas as funções que normalmente desempenharia.

É mais provável que os sintomas da EM progridam quando toda a reserva neurológica se esgota.

Desvantagem da reserva cerebral

A reserva neurológica pode ajudar o nosso cérebro a lidar com os danos causados pela EM, mas também pode escondê-los, fazendo com que sejam muito mais difíceis de identificar. É por isso que, muitas vezes, a EM não é detetada na fase inicial da doença. Podemos sentir-nos bem, não ter sintomas e, mesmo assim, a EM estar ativa. Só quando a reserva neurológica se começa a esgotar é que os sintomas da EM se tornam mais percetíveis.

Podemos não ter novos sintomas quando se formam novas lesões. Na verdade, a maioria das lesões não resulta num surto, porque o cérebro pode criar outras ligações e contornar o dano causado.
 

Ligações

Ligações inválidas

Ter um mecanismo de reserva é muito importante para um cérebro totalmente funcional e saudável. A reserva neurológica não só ajuda o cérebro a responder melhor à medida que vamos envelhecendo, como também ajuda o cérebro a lidar melhor com os danos que a EM possa causar. Aqui ficam alguns factos sobre a reserva neurológica que são importantes nos casos de EM.

Ligações

Ligações inválidas

A reserva neurológica pode ajudar a controlar os sintomas, mas, por outro lado, pode contribuir para o dano no cérebro causado pela EM passar despercebido.

Ligações

Ligações inválidas

A nossa reserva neurológica pode-se esgotar. É por isso que precisamos de cuidar do nosso cérebro tanto quanto possível, mantendo-o saudável e ativo.